Na ausência das tuas mãos,uso as minhas…



Sandra Ribeiro













Que me venha esse homem depois de alguma chuva,

que me prenda de tarde em sua teia de veludo,

que me fira com os olhos e me penetre em tudo.


Que me venha esse homem de músculos exatos,

com um desejo agreste, com um cheiro de mato.

Que me prenda de noite em sua rede de braços,

que me perca em seus fios de algas e sargaços.


Que me venha com forca, com gosto de desbravar,

que me faça de mata pra percorrer devagar.

Que me faça de rio pra se deixar naufragar.

Que me salve esse homem com sua febre de fogo,

que me prenda no espaço de seu passo mais louco.




(Bruna Lombardi)














“Desde que ele veio a mim, pratiquei a fidelidade das protitutas:


não sinto prazer exceto com ele.”




Anaïs Nin - Henry e June








De joelhos ante ela me entregueiBeijei seus pés como fosse bênção em mim
E deixei que a língua, minha cobra venenosa, subisse.
Fui tatuando espaços inimagináveis em cada canto das coxas dela
Com as mãos elevadas e metidas dentro dos tecidos prendi-lhe o quadril entre dedos
Minha boca faminta, a sua vagina devorou!
Eu não tive pena... Nem preguiça
Naquele momento fiz do chão meu altar
E ela, minha santa inatingível, ia perdendo a arrogância nos deslizes da língua
Os joelhos ardiam...E suas unhas cravavam minha nuca arrancando sais dos meus olhos
Nesse instante seu corpo era minha fome
E seu gozo...
Minha sede!Mas foi no repente final, quando suas pernas tremiam sem parar
Que eu senti minha face lambuzarUm agridoce quente misturado em cheiros...

“e seu grito foi tão devastador que até Deus, em sua infinita solidão despertou”

...porque ele já sabia. Sabia sim!


InSaNnO
















Quando meu desejo encontra o seu,

começa um banquete,

sem pratos ou talheres,

apenas nossas línguas e nossa carne.

Te sugo, engulo, devoro.

me lambuzo em sua carne tenra .



Anna















Quero seu gozo quente


escorendo em minha boca...


como néctar de nosso amor...


Quero seu gozo


misturado em minha saliva...



Anna
















Há bocetas que riem e bocetas que falam; há bocetas malucas e histéricas com o formato de ocarinas e há bocetas abundantes e sismográficas que registram o subir e baixar da seiva; há bocetas canibalistas que se abrem como fauces de baleia e engolem vivo; há também bocetas masoquistas que se fecham como a ostra, têm conchas duras e talvez uma ou duas pérolas dentro; há bocetas ditirâmbicas que dançam à mera aproximação do pênis e ficam inteiramente úmidas com o êxtase; há as bocetas porco-espinho que abrem seus espinhos e sacodem bandeirinhas no Natal; há bocetas telegráficas que praticam o código Morse e deixam a mente cheia de pontos e traços; há as bocetas políticas que estão saturadas de ideologia e que negam até mesmo a menopausa; há bocetas vegetativas que não apresentam reação a menos que você as puxe pelas raízes; há bocetas religiosas que cheiram como Adventistas do Sétimo Dia e estão cheias de contas, minhocas, conchas, excrementos de carneiro e de vez em quando migalhas de pão seco; há as bocetas mamíferas que são forradas com pele de lontra e hibernam durante o longo inverno; há bocetas navegantes equipadas como iates, que são para solitários e epilépticos; há bocetas glaciais nas quais você pode deixar cair estrelas cadentes sem provocar uma faísca; há bocetas mistas que não se enquadram em categorias e descrições, com as quais você só encontra uma vez na vida e que o deixam queimado e marcado; há bocetas feitas de pura alegria que não têm nome nem antecedente e estas são as melhores de todas, mas para onde voaram elas? E depois há a boceta das bocetas, que é tudo e que chamaremos de superboceta, porque não é desta terra, mas daquele brilhante país para onde fomos há muito tempo convidados a voar.



Henry Miller












“Ó Tânia, onde estão agora aquela sua boceta quente,

aquelas ligas gordas e pesadas,

aquelas coxas macias e arredondadas? E

m meu membro há um osso de quinze centimetros de comprimento.

Tânia, alisarei todas as pregas da sua vulva, cheia de semente.

Mandá-la-ei de volta para seu Sylvester com a barriga doendo e o útero virado.

Seu Sylvester! Sim, ele sabe acender um fogo, mas eu sei inflamar uma vagina.




Henry Miller











[...]Seremos, ele e eu, infatigável troca de prazeres, [..]
entre suores, gemidos e secreções de líquidos pujantes feito cachoeiras tropicais,
sete quedas, sete orgasmos terei eu de cada vez que me engolfe náufraga
em sua ejaculação amazônica.



Caio Fernando de Abreu














Confesso-me tua ......







" Confesso-me culpada.
Todos as confissões estão hermeticamente guardadas sob a pele dos lábios.
Conto se me beijares, me engolires, me arrancares a roupa.
Conto se me lançares à cama, ao chão, à mesa do quarto de hotel.
Conto apenas se disseres petulâncias dentro de minha boca, se me ateares fogo à carne.
Conto tudo se vieres mais para dentro de mim, se tocares minha alma.
Confesso meus pecados, peço perdão se me castigares.
Castiga-me. Mastiga-me.
Entorta-me.
Ama-me, enfim.
Confesso-me tua..."












...eu matarei minha vulnerabilidade, 
 
minha capacidade para o verdadeiro amor, 
 
meus sentimentos, com a devassidão mais frenética.
 
Depois de Henry não quero mais amor.
 
Só foder, por um lado, e solidão e trabalho, por outro. 
 
Nada mais de mágoa.
 




– Anais Nin 
 
 
 
 
 
 
 












Eis como eu gostaria de amar,

tanto...

que só de pensar no objeto amado...

atingisse o orgasmo.



Anaïs Nin do livro Delta de Vénus
 
 
 
 
 






Segues curioso pela trilha do meu ventre, sôfrego
Em busca da flor doce guardada no meu corpo
A tua língua faceira ,desliza em meus vãos
lambendo as minhas pétalas rubras
- uma a uma em câmera lenta -
Umedecendo em riso e gozo
a minha flor doce ,que
também lambuza
a tua boca
de mel
sem
tu









Disse palavras líquidas, deleitosas, ásperas

Obscenas, porque era assim que gostávamos.


Mas não menti gozo prazer lascívia

Nem omiti que a alma está além, buscando


Aquele Outro. 
 
 
 
 
Hilda Hilst
 
 
 
 
 
 
 
 
 





"...Gosto do gosto da carne que me faz o desejo urgente..."


Brain
 
 
 
 
 







Essa mulher é um mundo! – uma cadela

Talvez… – mas na moldura de uma cama

Nunca mulher nenhuma foi tão bela!




Vinícius de Moraes 
 
 
 
 



Em braille...





O melhor poema é aquele que se lê no corpo
ponto a ponto
que se traduz na pele
toque a toque
que nasce das entranhas do desejo
coito a coito
como lírica de luxúria
pêlo a pêlo
quando a boca não é mais capaz de traduzir toda beleza
só contida na pele do poema.
     

Edna Frigato e Erikah Azzevedo















Desde de quando você se foi assim ao vento,

durmo desesperado, esperando, sem rumo,

além da estrada, ao desalento

 
 
-renzo caetano-











Porque ver sua de expressão de prazer enquanto te devoro,

não tem preço!




Adoro quando diz:
Minha putinha que eu amo,

Adoro sentir seu gozo em meu corpo,
quente e saboroso.

Adoro ser sua!








só porque amo essa imagem!
 
não há necessidade de palavras...





delicioso meu!
te quero0!













Tu as le tropique

dans le sang et sur la peau.

Geme de loucura e de torpor.

Já é madrugada

Acorda, acorda, acorda, acorda, acorda






Acorda que te quero bem dentro de mim!




 






Morreste, e o meu desejo não te olvida:
queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,
e do teu gosto amargo me alimento,
e rolo-te na boca malferida. 
 
 
 
 
 
 
 
 






CARNAVAL
 
 
 
















Em êxtase

 perdemos o controle

e nos entregamos

ao universo do prazer.









.






Solidão não cura com aspirina.


Zeca Baleiro



 
 
 
 
 
 
 
 
 





Amo-te! A febre, que supunhas morta,

Revive. Esquece o meu passado, louca!

Que importa a vida que passou?

Que importa,











Meus poros exalam malicias

Respiro teu cheiro embriagador

Saboreio-te!












Estou aqui,
atrevida e despida!
Sem rótulos, sem bulas,
sem medidas!
Exatamente como o diabo gosta!
Se me quiseres de verdade,
faça em mim suas apostas!
E maliciosa,
entregar-te-ei o merecido:
todo o meu prazer
de pudor despido!


Mell Glitter


















Eu, a tua fêmea...nua, completamente nua, 
 
contorço-me na minha cama, espero por ti...estou á tua espera...
 
já não aguento mais este desejo desesperante...

O meu corpo arde...consome-me de desejo pedindo o calor de teus beijos no meu rosto,
 
no meu peito, nos meus seios, no meu corpo...desce por mim que pede a tua boca, 
 
deixando-me quase louca.

Desejo-te em mim...

 
 
(...)



      






Seus beijos estão molhados como chuva.

Eu engoli seu esperma.

Ele limpou o esperma de meus lábios com um beijo.

Aspirei o cheiro de meu próprio mel sobre a boca dele.”







Anais Nin. Livro “Henry e June”.