Não deixava prolongar nenhum contato, degustando cada toque,
cada parte do seu corpo para abandoná-lo em seguida,
como se quisesse apenas inflamá-lo, esquivando-se da união final.
Um curto-circuito dilacerante, quente, trêmulo, esquivo, dos sentidos.
tão agitado e incansável quanto o comportamento dele o dia todo;
e agora, à noite, quando a luz da rua iluminava a nudez dos corpos
e deixava os olhos dele na penumbra,
ela era levada a uma expectativa de prazer quase insuportável.
Ele transformara seu corpo num buquê de rosas de Sharon,
secretando pólen, prontas para o prazer.
Tão adiada, tão exasperada, a posse retribuiu a espera com um longo,
prolongado êxtase penetrando fundo.”


_ Anais Nin _







Nenhum comentário:

Postar um comentário